O decreto da nova Política Nacional de Alfabetização do governo Jair Bolsonaro (PSL) manteve o foco no chamado método fônico, alvo de críticas. O texto inicial havia sido alterado nos últimos dias, com anuência de secretários de Educação, mas a versão final teve nova redação. O tema é uma das metas do governo para seus cem primeiros dias. Bolsonaro assinou o decreto em cerimônia na manhã de quinta-feira (11), que foi publicado à noite em edição extra do Diário Oficial da União. O decreto mantém a previsão —expressa em uma primeira versão, de março— de que programas e ações deverão ser fundamentados nos pilares: consciência fonêmica, instrução fônica sistemática, fluência em leitura oral, vocabulário e compreensão de texto. A nova redação inclui a produção de escrita como um sexto pilar. Em nota, o MEC (Ministério da Educação) defende que o decreto "não determina nenhum método especificamente", o que a comparação entre as versões obtidas pela Folha não corrobora. Especialistas e secretários de Educação defendem que o MEC não deve impor uma única pedagogia e condicionar sua adoção à assistência técnica e financeira federal. Além disso, há discussões sobre a necessidade de conciliar diferentes metodologias de ensino e respeitar a autonomia das redes. A nova política ainda mantém a priorização da alfabetização no 1º ano do ensino fundamental, e adianta as ações para a "primeira infância" (o que inclui crianças da creche, entre 0 e 3 anos) --há educadores que criticam a escolarização precoce. Na versão anterior, as atividades seriam focadas a partir da pré-escola (de 4 e 5 anos), com prioridade até o 2º ano do ensino fundamental. A Base Nacional Comum Curricular, que prevê o que os alunos devem aprender, indica que a alfabetização deve ocorrer até o 2º ano. O documento tem sido implementado em todo país desde o ano passado.
Fonte: Folha.com
Finalidade: Educacional