Uma semana após protestos em todo o país contra os cortes na educação, o governo Jair Bolsonaro anunciou que irá repor parte da verba da área. Com o uso de recursos de uma reserva, será destinado ao Ministério da Educação um total de R$ 1,6 bilhão —21% do valor que havia sido contingenciado (R$ 7,4 bilhões). Os cortes na área atingiram do ensino infantil à pós-graduação. Nas universidades federais, a verba para despesas discricionárias (não obrigatórias) foi reduzida em 30%. No final de abril, ao anunciar a medida, o ministro Abraham Weintraub (Educação) atribuiu-a a uma resposta a uma suposta "balbúrdia" em algumas instituições. Depois, disse que se devia à previsão de menor arrecadação. Após as manifestações contra a medida levarem às ruas milhares de pessoas em mais de 170 cidades, entidades ligadas à educação já convocaram um novo megaprotesto para a semana que vem, no dia 30. Nesta quarta, o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues, negou qualquer influência dos atos de rua na decisão e disse que só analisou números. "Governar é estabelecer prioridades. Vimos o altíssimo impacto que os dois ministérios têm e fizemos uma recomposição do contingenciamento orçamentário", declarou, referindo-se também à pasta do Meio Ambiente, que também teve parte da verba reposta. Nessa quarta (22), em audiência na Câmara dos Deputados, o ministro da Educação falou sobre os cortes na pasta e voltou a defender maior incentivo à produção científica de algumas áreas, como medicina e odontologia, em detrimento de outras, como as ciências humanas. Afirmou, sem detalhar, que estuda apresentar até o fim do mês medidas em apoio às universidades, como incubadoras de empresas nas instituições e fundos imobiliários. Para ele, há pessoas que impedem a produção na academia. "Tem gente que quer produzir, quer trabalhar e não consegue. Não é 100% de anjo que está nas universidades", disse.

 

Fonte: Folha.com

Finalidade: Educacional