O governo Michel Temer (MDB) finalizou uma proposta para reformular o sistema de formação de professores. O texto apresentado nesta quinta-feira (13) será encaminhado para análise do Conselho Nacional de Educação. O principal objetivo do documento é orientar as faculdades para a adequação de seus cursos de formação docente ao previsto na Base Nacional Comum Curricular (que define o que os alunos devem aprender na educação básica). Também pretende tornar essas graduações mais práticas. Chamado de Base Nacional de Formação de Professores, o texto propõe um conjunto de competências que devem servir de diretrizes para o desenho dos currículos das faculdades, mas traz ainda propostas de mudanças no formato dos cursos. Uma delas é fazer com que o aluno de licenciatura, e futuro professor, passe um dia da semana em uma escola —modelo inspirado na residência médica. Essa atividade seria supervisionada. Assim, o estágio hoje obrigatório seria substituído por essa residência educacional. O próprio MEC entende que a proposta é um pontapé inicial para a discussão do CNE e na sociedade. Não há prazo para as discussões, que vão ocorrer sob o governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). "Depois que entregarmos ao CNE, a responsabilidade passa a ser do CNE. O conselho certamente vai dialogar como o novo governo porque é um órgão de estado", disse a secretária de Educação Básica do MEC, Kátia Smole. "Considero que o texto é robusto, mas nossa intenção é abrir a discussão". Em seu programa de governo, Bolsonaro prometeu modificar a Base Nacional da educação básica, mas não deu detalhes sobre o que seria alterado. Também não há informações sobre a postura relacionada à formação docente. O conselheiro Mozart Neves Ramos será o relator dessa proposta no CNE. Ramos seria ministro de Bolsonaro, mas seu nome foi vetado pelo grupo conservador e religioso no entorno do presidente eleito.

 

Fonte: Folha.com

Finalidade: Educacional