A nota de escolas particulares de elite do Brasil colocaria o País na 5.ª posição do ranking mundial de leitura do Pisa, ao lado da Estônia, que tem o melhor desempenho da Europa. Já o resultado isolado de escolas públicas estaria 60 posições abaixo, na 65.ª entre 79 países. Obtida com exclusividade pelo jornal O Estado de S. Paulo, a tabulação foi feita pelo Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), instituto que pesquisa dados de educação. A avaliação internacional feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) foi divulgada no dia 3, em Paris. A nota geral do Brasil está entre as mais baixas do mundo nas três áreas avaliadas, Leitura, Matemática e Ciência. Quase metade dos estudantes não chega nem ao nível básico em nenhuma delas. “Como o País vai muito mal em educação, as pessoas tendem a colocar tudo no mesmo bolo, mas os resultados são bem diferentes na rede privada, com uma desigualdade enorme”, diz o diretor do Iede, Ernesto Faria. A pesquisa mostra que o desempenho das escolas particulares de elite em Matemática é bem pior do que em Leitura, na 30.ª colocação, mas na média dos países da OCDE (mais desenvolvidos e ricos). O Brasil está na 70.ª colocação. Por escolas de elite, o estudo considerou aquelas cujos alunos têm nível socioeconômico alto (o que considera renda/bens, ocupação, escolaridade dos pais) igual ou maior do que o registrado em países da OCDE. Em Ciências, esses alunos ficam na 12.ª posição, ao lado da Nova Zelândia e acima do Reino Unido e da Alemanha. O estudo também tabulou o resultado de todas as escolas particulares e não apenas das consideradas de elite. O desempenho delas em Leitura colocaria o Brasil na 11.ª colocação, acima da Suécia, e em 23.ª em Ciência, empatado com a Suíça. Matemática, mais uma vez, tem um resultado pior: 38.ª colocação. O Pisa considerou uma amostra de 10.691 estudantes de 15 anos, que fizeram a prova em 2018. Desses, 1.381 eram de escolas privadas de todo o País.

 

Fonte: Istoé

Finalidade: Educacional