O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso fez nesta sexta-feira (5) uma forte crítica à condução das políticas públicas para educação do governo Jair Bolsonaro e disse que está errado quem pensa que o problema do setor é o debate sobre 1964 ter sido ou não um golpe militar. "Quem acha que o problema da educação no Brasil, que é base para resolver o problema penitenciário e todos os outros, é Escola sem Partido, identidade de gênero, ou saber se 64 foi golpe ou não foi golpe está assustado com a assombração errada", afirmou Barroso durante painel da Brazil Conference, em Boston, nos EUA. Os temas citados pelo ministro são geralmente ecoados pelo presidente e seus principais auxiliares, que acreditam que o ensino no país deve ser também baseado em questões ideológicas. Entre as polêmicas, a mais recente envolveu o golpe de 1964, que completou 55 anos no dia 31 de março. Bolsonaro defende a ideia de que não houve golpe para derrubar o presidente João Goulart na década de 1960 e estimulou a celebração da data entre os militares. Dias depois, em entrevista ao jornal "Valor Econômico", o ministro da Educação, Ricardo Vélez, disse que quer mudar os livros didáticos para revisar a maneira como eles tratam a ditadura e o golpe. Durante seu discurso, Barroso defendeu ainda a mudança da política contra as drogas no país, o combate ao crime organizado e de colarinho branco.

 

Fonte: Folha.com

Finalidade: Educacional