O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) já definiu a liderança de quatro ministérios: Paulo Guedes (Economia), Augusto Heleno (Defesa), Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia). Este último ministério, passa também a ser responsável pela Educação Superior na nova gestão. Com isso, o atual Ministério da Educação (MEC) deverá passar por reestruturações. A mudança deverá trazer a responsabilidade de chefiar as áreas de Cultura e Esporte, segundo assessores de Bolsonaro. A questão é qual será o perfil escolhido para cuidar dessa área, apontada pelo presidente como uma de suas principais preocupações?

Conheça os principais candidatos cotados para o cargo:

Stavros Xanthopoylos

Consultor em Educação de Jair Bolsonaro, Stavros é membro da diretoria de relações internacionais da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed), já tendo ocupado o cargo de vice-presidente. Há 24 anos atua com Educação a Distância (EaD) para graduação e pós-graduação. Foi vice-diretor do Instituto de Desenvolvimento Educacional da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e diretor executivo do FGV Online. Além do EaD, outra posição que compartilha com o governo eleito é o sistema de cotas, do qual é opositor.

Ricardo Velez Rodriguez

Colombiano, é coordenador do Centro de Pesquisas Estratégicas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Também coordenou o Núcleo de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos, o Núcleo Tocqueville-Aron de Estudos sobre as Democracias Contemporâneas e o Núcleo de Cosmologia e Filosofia da Ciência. É professor associado aposentado da UFRJ e professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército (ECEME). Já trabalhou na Universidade Estadual de Londrina (UEL) e na Universidad Pontificia Bolivariana, na Colômbia.

Aléssio Ribeiro Souto

Integrante da equipe de Bolsonaro, o general esteve à frente da formulação de propostas de Bolsonaro na área de Educação. Formado pela Academia das Agulhas Negras e pelo Instituto Militar de Engenharia, em que possui mestrado em Ciências e Engenharia de Sistemas, com foco em Inteligência Artificial e Sistemas Especialistas para diagnóstico de pane de sistemas complexos. Foi assessor do Departamento de Ciência e Tecnologia do Exército, chefe do Centro Tecnológico do Exército (CTEX)e consultor na implantação de Polo Tecnológico na SABER Consultoria. Como ajudou a desenhar as propostas para a área, é um forte defensor de combater a “doutrinação” nas escolas, além de evitar que questões como gênero e sexualidade sejam transmitidas na escola, sob justificativa de que este seria um direito dos pais. Defende também que haja revisão nos currículos e materiais didáticos – que estão sendo debatidos e atualizados para o Ensino Fundamental desde a aprovação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em 2017.

Miguel Nagib

Advogado, trabalha como procurador do Estado de São Paulo desde 1985. Foi assessor no Supremo Tribunal Federal (STF) e é conhecido por ser fundador e coordenador do Movimento Escola Sem Partido (ESP). O projeto nasceu em 2004 e prega uma escola “livre de doutrinação”. É autor de artigos que defendem as bandeiras do movimento, como “Liberdade de ensinar não se confunde com a liberdade de expressão” e “Professor não tem direito de ‘fazer a cabeça’ de aluno”. O combate à “doutrinação” é uma das principais bandeiras de Jair Bolsonaro para a Educação.

Mendonça Filho

Ex-ministro da Educação, Mendonça ocupou a pasta durante aproximadamente dois anos do governo de Michel Temer. Ele deixou o cargo para concorrer a uma vaga no Senado por Pernambuco pelo DEM, mas não foi eleito. Anteriormente, ele teve três mandatos como deputado federal, duas vezes vice-governador de Pernambuco e  governador de Pernambuco em 2006, durante a licença do governador Jarbas Vasconcelos. Formado em administração de empresas pela Universidade de Pernambuco (UPE) e fez curso de Gestão Pública na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.

Maria Inês Fini

Presidente do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep), possui longa trajetória nas políticas educacionais. Entre 1996 e 2002, ela trabalhou no Inep liderando a Diretoria de Avaliação para Certificação de Competências e o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) dentro do instituto. Além disso, também participou da criação e implementação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja). Pedagoga, psicóloga e especialista em currículo e avaliação, Maria Inês é fundadora da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Foi filiada ao PSDB. Não se identifica com projetos como o Escola sem Partido, uma das bandeiras do governo Bolsonaro, o que enfraqueceria sua indicação.

 

Fonte: Nova Escola

Finalidade: Educacional